quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Fim de ano

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A última twitada da Phoenix

A sonda Mars Phoenix encerrou oficialmente na segunda-feira, dia 10 de novembro, sua missão no pólo norte de Marte.

Projetada pela Nasa e pela Universidade do Arizona para agüentar noventa dias sob as baixas temperaturas polares marcianas, a Phoenix agora congela de vez com a chegada do inverno no hemisfério norte do planeta. Antes disso, ela conseguiu a façanha de analisar o solo por mais de cinco meses, excedendo sua sobrevida prevista e fazendo descobertas históricas como a da existência de água e nutrientes semelhantes aos encontrados em algumas regiões desérticas da Terra.

Mas para o grande público, provavelmente, a lembrança que ficará da Phoenix é a da mais humana de todas as sondas marcianas. Com uma estratégia inédita de mídias sociais, a Phoenix ganhou uma legião de fãs em comunidades on-line de plataformas como Facebook e Twitter. Neste último, ela cativou a imaginação dos internautas ao ter as notícias de seus experimentos propagadas em primeira pessoa, trazendo uma dimensão de envolvimento à comunicação de resultados científicos.

De fato, ao que parece, o RP das missões não-tripuladas da Nasa nunca mais será o mesmo. Sondas mais antigas, como a Cassini, em Saturno, e os robôs marcianos Spirit e Opportunity agora também twitam. Até o Mars Science Lab, que ainda nem saiu da prancheta, já tem arroba. Bom para a Nasa, que está aprendendo a conquistar a opinião pública (e quem sabe mais uns dólares do orçamento americano) com ferramentas mais eficientes do que press-releases e soníferas coletivas de imprensa.

Na segunda-feira, com o anúncio do encerramento da missão e da "morte" eletrônica da Phoenix, a navezinha despediu-se com seu último suspiro na twitosfera. Em tom solene, ela disse:

- "01010100 01110010 01101001 01110101 01101101 01110000 01101000"

É a palavra "triunfo" em inglês, soletrada em código binário. Descanse em paz, @MarsPhoenix.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

WSJ, redes sociais (e um pouco de inércia)

O site do Wall Street Journal publicou recentemente duas matérias que indicam um crescente, embora ainda tímido, reconhecimento das mídias sociais pelo radar do conservador público financeiro americano.

A primeira delas fala sobre como a transmissão digital e a interatividade prometem transformar a TV em algo que ela nunca teve a vocação de ser: um meio de comunicação em mão dupla.

Na era da TV analógica, quem quisesse se comunicar e formar uma rede de contatos precisava se levantar da frente do televisor e acessar a internet num computador pessoal. Com a TV digital a caminho de se tornar o único padrão para transmissões nos EUA, a internet deve chegar com força à sala de estar, levando consigo interatividade, contéudo colaborativo e, por que não, o fenômeno das redes sociais on-line.

Resta saber quais modelos de negócio irão sair daí, mas, se depender dos desenvolvedores de videogame, a resposta passa pelo serviço Xbox Live, da Microsoft. Com ele, usuários de versões do console Xbox podem trocar mensagens e formar redes de relacionamento desde 2002 - tudo tendo a TV como monitor.

A outra matéria, intitulada "Twitter Goes Mainstream", fala sobre a rede de microblogging criada por Jack Dorsey e Biz Stone, e de como ela deixou de ser apenas um espaço para a expressão individual de "narcisistas" e se tornou uma poderosa ferramenta de comunicação e marketing.

Embora a matéria cite o exemplo da Comcast (a gigante da TV a cabo e banda larga usa a ferramenta no atendimento aos seus clientes), o texto dá mais atenção a casos de profissionais liberais que usam o Twitter para encontrar oportunidades e manter contato com clientes. Cases notáveis, como o da campanha de Barack Obama, passam longe da reportagem, talvez pelo mesmo tipo de motivo que fez o Wall Street Journal não mencionar o uso do Twitter por outros veículos do mainstream americano, como o New York Times. Mesmo assim, a matéria faz o importante papel de explicar o funcionamento do serviço e indicar, pela própria menção, que se trata de coisa séria.

Melhor (pelo menos por enquanto), só se o WSJ tivesse também sua própria arrobinha.

Imagem: cortesia de www.gejao.com.br.

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